sábado, 14 de abril de 2012

Última noite

Se não houver amanhã
E nem o agora, agora e já,
O tempo não sabe parar.
E se tua boca não puder mais tocar
A minha pele,
Sinto a suavidade
Do beija-flor  e a rosa.
Talvez não haja mais tempo
De penetrar meus pensamentos
Através de um olhar,
Só seu.
E as tuas mãos
Envolvendo minha cintura,
Como se visse em mim
Um cálice de vinho
E assim com a mesma cede
Tomar-me por inteiro.
Com a mesma paixão no falar.
Percebo uma voz mansa
Que acalma meus sentidos.
Um leão feroz em busca da caça
E o cordeiro encantado morre,
Presa fácil e feliz.
Se o amanhã não for infinito
Estarei contigo
E o ciclo irá cumprir-se
Com minha crença em te ter
Todas as noites como se fosse a última.


(Sarah M. Moreira)

Vejo agora o céu por brechas no telhado

Cômoda velha,
Rios de lágrimas
Ao ver
Quem me deu a luz chorar.
Aperto no peito,
Pobreza sem fim
E os ricos em Brasília
Sempre a debochar e rir.
Esbanjando jóias
Que alimentariam toda uma nação.

Servimos de palhaços,
Felizes , ó povo hiena,
Deixando passar oportunidades,
O presente e o futuro.
Conformando-se com consolos mensais.
Não podemos mais pensar?
Monopolizam a vida alheia.
E a mídia está atrás de mim.

Junto ao meu papel
Deixo cair dos olhos
A tinta que marca esse poema.
Pois tome a minha vida
Mas jamais irás tomar
Meus pensamentos.


(Sarah M. Moreira)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Marca Incurável

                      "Te amo desde o tempo que não podia imaginar que amaria alguém assim".

Ser romântico não é,
simplesmente criar frases,
composições,
poemas, declarações.

Ser é o não ser nada
e ao mesmo tempo tudo,
que talvez alguém precise.
Enxergar no amado a paixão,
que arde, que ferve e queima.

O amor que machuca na saudade
e a alegria do reencontro.
Ser romântico só é a tentativa de
imaginar o inimaginável,
explicar o inexplicável, possibilitar o impossível.

A resposta ao amor, não se escreve em um papel qualquer,
se escreve nas memórias, nos planos futuros, nos pensamentos que não deixam dormir
e assim, o amor verdadeiro
é uma marca incurável no coração.


(Sarah M. Moreira)

Há!


(Sarah M. Moreira)